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Nem um, nem outro (eu sou e continuarei sendo)

Curadoria de Marina Ramos

ARTISTAS PARTICIPANTES:
Fernanda Galvão/ João Fasolino/ João GG/ Virgílio Neto


Abertura: 20 de fevereiro de 2018
Período expositivo: 20/02/2018 a 13/04/2018

Galeria Soma

Endereço: Brigadeiro Franco, 2137. Curtiba - PR

 

https://www.somagaleria.com/

Texto de Marina Ramos

Talvez, quando quase conseguir atingir o vazio do pensamento, alguma imagem mental lhe traga alguma sensação. Nesse momento, automaticamente, você se encontrará julgando aquilo que pensou - mesmo que inconscientemente. Isso porque, à princípio, não conseguimos anular o estado de qualidade das coisas quando as separamos em dois pólos. Ao fazer isso, nós, supostamente sujeitos, nos distanciamos dos objetos.

Nos trabalhos desta exposição é possível observar as dicotomias presentes em cada um de acordo com aspecto visual-poético. Por exemplo: o geométrico e o orgânico na pintura de João Fasolino, ou o aspecto e textura dos materiais e suas opostas procedências (natural versus artificial) no trabalho de João GG.

Entretanto, outra possível ótica é a da coexistência. De acordo com essa, os elementos dos trabalhos podem ser percebidos em processos integrados. Em “Golden” de Fernanda Galvão e a série “Guardados” de Virgílio Neto, matéria e representação dialogam entre seus aspectos: estabilidade, firmeza, maciez, leveza, gravidade, podem ser encontrados em um só objeto.

Fato é que todas essas relações podem ser percebidas na arte como um emaranhado que se transforma em algo único - como em “Corpo Lunar I”, que reúne diversos materiais a fim de dar origem à uma visualidade singular.

Mas, se percebemos assim, definimos o objeto. Entretanto, o que se pode dizer em relação a nós, sujeitos? Não estamos distantes. Talvez mais do que isso, o trabalho de arte também possa ser percebido enquanto pelo fazer desde sua origem (em que o artista é participante da criação), bem como em sua existência (por ser um estímulo do pensar), pois a produção é e existe segundo um caráter de  prospecção. Ela transforma.

Sem o domínio estipulado pela separação e dualidade, pode-se afirmar que a arte é coisa assim como também somos. E é a interação que determina como percebemos o mundo e como ele nos percebe. Diante disso, estar nesse lugar e corresponder a esses trabalhos que aqui estão é investigar, vasculhar, especular. Somos e continuaremos sendo essa troca constante que nos possibilita prosseguir.

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